Em 2021, desenvolvemos, no festival, um espaço imersivo de partilha entre profissionais, suportado por uma prática de caminhada coletiva e silenciosa. Em continuidade, este seminário aprofunda práticas de companheirismo e colaboração entre participantes. Carolina Cifras, Simone Frangi e Clara Antunes orientam os trabalhos.
Carolina Cifras desenvolve um laboratório de experimentação de práticas ecossomáticas para aplicação na investigação e criação artísticas. Simone Frangi propõe rever os modos de fazer curadoria, questionando noções como cuidado e hospitalidade, a partir de uma perspetiva interseccional. Clara Antunes desafia-nos a perspetivar outro devir em face do colapso climático e ecológico e a pensar como a experiência artística pode gerar modos alternativos de conhecimento. Se acompanhar poderá ser partilhar o caminho (já que companhia radica no latim cum+panis, com quem se partilha o pão, e, mais tarde, integra a ideia de caminhar com), com quem estamos disponíveis para seguir com?
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Programa geral:
Chegada > Manhã de 11 out.
Laboratórios > 11 → 13 out., 14h > 17h30
Práticas partilhadas > 12 → 13 out., 10h > 17h30
Programa extra:
12 out., 18h — Mesa Longa Até onde seguiremos estes rios?
12 out., 21h30 — Projeção da curta-metragem Habiter le Seuil
13 out., 21h30 — Espetáculo Boca Fala Tropa
Partida > 14 out.
Participantes:
Profissionais da cultura, desde artistas, curadores, investigadores, programadores, produtores ou outras pessoas interessadas.
Máximo 15 inscrições.
Inscrição:
Através de ☺FORMULÁRIO☺ até 11 setembro
75€
Inclui: alojamento (em camarata), refeições, bilhetes para mesa longa e sessão de cinema (dia 12) e espetáculo Boca Fala Tropa (dia 13), transfer entre Alcanena e o CCV Alviela à chegada e à partida.
Oferecemos 5 bolsas de inscrição para participantes da Região Centro que demonstrem a importância da participação no seminário no âmbito do seu trabalho atual.
As inscrições serão consideradas válidas após boa receção do formulário de inscrição e do respetivo pagamento.
Companheirismo e colaboração — práticas artísticas para a sustentabilidade
Carolina Cifras (CL)
Carolina Cifras é pesquisadora, intérprete, criadora e professora de artes performativas, licenciada em Artes e Pedagogia da Dança pela Universidade Arcis (Santiago, Chile). Colabora como intérprete, desde 1990, com diversos criadores nacionais e internacionais na área da dança contemporânea e do teatro, entre os quais se destacam Nuri Gutés, Paulina Mellado, Javiera Péon-Veiga, Elizabeth Rodriguez, Rodrigo Perez, Almudena Garrido, Francisca Morand, Claude Brumachon e Amanda Piña. De 1994 a 2005, integrou o Centro Coreográfico de Nantes, liderado por Claude Brumachon. É professora na área de dança e criação na Universidade do Chile, Universidad Maior, Universidade de Valparaíso, Universidade Arcis e Escola Moderna e é a fundadora da escola de dança na Universidade das Américas.
No campo da investigação e criação, destacam-se os seus trabalhos 2010, nomeado para o prémio Altazor, Pampa, Oropel e Peso Muerto. O foco da sua pesquisa tem sido como o ser/corpo é atravessado e afetado pela situação socioeconómica chilena e aprofunda-se no conceito de necropolítica (Achille Mbembe) e nas suas dimensões material e imaterial.
No campo da investigação e criação, destacam-se os seus trabalhos 2010, nomeado para o prémio Altazor, Pampa, Oropel e Peso Muerto. O foco da sua pesquisa tem sido como o ser/corpo é atravessado e afetado pela situação socioeconómica chilena e aprofunda-se no conceito de necropolítica (Achille Mbembe) e nas suas dimensões material e imaterial.
Clara Antunes (PT)
Clara Antunes é gestora cultural, licenciada em Arquitetura (Universidade de Lisboa), pós-graduada em Programação e Gestão Cultural (Universidade Lusófona) e Mestre em Estudos Culturais (Universidade Católica do Porto). Interessa-se por e investiga o papel da cultura no combate à emergência climática. Tem vindo a trabalhar na produção, assistência à programação artística com as comunidades, comunicação e gestão de projetos culturais com várias estruturas e artistas independentes desde 2010, entre eles: Vo'Arte, Jonas & Lander, Materiais Diversos, Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, Rua das Gaivotas 6/Teatro Praga e Ponte 9 Plataforma Criativa/Open House Macau, entre outros. Assume, desde 2021, a gestão do projeto europeu Stronger Peripheries: A Southern Coalition na Artemrede. Cocriou, com o coreógrafo Ricardo Machado, a palestra performativa sobre alterações climáticas Take a Stand (2019-).
Simone Frangi (IT)
Simone Frangi é investigador e escritor. Trabalha na intersecção do pensamento crítico, da investigação curatorial e da educação. Atualmente, é professor de Teoria da Arte Contemporânea na Academia de Belas Artes e Design de Grenoble (França), onde fundou e coordena, com Katia Schneller, a unidade de investigação Hospitalidade Artística e Ativismo Visual para uma Europa Diaspórica e Pós-Ocidental (desde 2015). É codiretor da Live Works – Free School for Performance, na Centrale Fies (Trento, Itália) e dirige A Natural Oasis? A Transnational Research Programme, com Alessandro Castiglioni. Em 2021, tornou-se curador sénior da Mediterranea 19 – School of Waters. Em 2021, coeditou com Lucrezia Cippitelli a antologia Colonialità e Culture Visuali in Italia (Mimesis, 2021).
© Javiera Piriz