Saltar para o conteúdo

Até onde seguiremos estes rios?

com Pedro Teiga
Pedro Teiga é o fundador e diretor executivo da E.RIO, investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), doutorado em engenharia do ambiente pela Universidade do Porto e vogal do Centro Ibérico de Restauração Fluvial (CIREF). Desenvolve trabalho em reabilitação fluvial, com aplicação de Soluções baseadas na Natureza (SbN) e participação pública. Mentor da marca Rios+, dos Laboratórios de Rios+, implementados em mais de 20 municípios portugueses, do movimento Guardiões dos Rios e do Plano Estratégico de Reabilitação de Linha de Água, com aplicação à escala municipal e intermunicipal.
Com 23 anos de experiência nesta área, Pedro Teiga coordena uma equipa multidisciplinar especializada na execução de planos, projetos e intervenções de reabilitação fluvial, que totaliza mais de 1000 km de cursos de água estudados e intervencionados, 500 dos quais protegidos com técnicas de engenharia natural, tendo já promovido a plantação de cerca de um milhão de árvores e arbustos autóctones e realizado sessões de formação técnica, participação pública e sensibilização ambiental para mais de 15 mil participantes.
© Centro Ciência Viva do Alviela

O território onde o Festival Materiais Diversos acontece é reconhecido pela importância ancestral da água, visível nos rios que o atravessam e também no manancial de aquíferos subterrâneos que ressurgem em invernos chuvosos e determinaram a fixação de comunidades humanas. Aqui, a água é origem, como no caso do Rio Alviela; é meio, tendo suportado, ao longo do tempo, indústrias como os têxteis e os curtumes ou a criação intensiva de gado; e, quem sabe, poderá ainda ser um fim.
Num território que integra a bacia do Rio Tejo, referência incontornável no debate sobre a gestão de recursos hídricos, questionamo-nos sobre o que pode, neste campo, fazer a sociedade civil mas também qual poderá ser o nosso papel na proteção dos rios como elementos essenciais a ecossistemas que abrangem muito mais do que seres humanos. Que compromissos, individuais e coletivos, estamos disponíveis para assumir?